O MUNDO É UM MOSAICO DE PONTOS DE VISTA. APRENDEMOS MUITO COM OS PONTOS DE VISTA DOS OUTROS, E PERDER NEM QUE SEJA UM PEDAÇO DESSE MOSAICO É UMA PERDA PARA TODOS NÓS.
(DAVID CRYSTAL)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

CPMI para apurar violência contra mulheres é instituída

O Congresso Nacional instituiu, na última quarta-feira (14/12),  a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a violência contra a mulher no Brasil. A criação é uma iniciativa da senadora Ana Rita (PT-ES) e de outras parlamentares do Senado e da Câmara Federal.
A CPMI será formada por 11 senadoras e senadores e 11 deputadas e deputados. Ela terá 180 dias para apurar denúncias de omissão do poder público quanto à aplicação de instrumentos legais criados para a proteção das mulheres.
Segundo Ana Rita, o objetivo da CPMI é apurar se órgãos responsáveis estão cumprindo o que determina a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006). A legislação criada há cinco anos impôs mais rigor na punição de agressores e definiu mecanismos de proteção às mulheres.
Políticas públicas - Além de apurar os casos de violência e omissão no atendimento à mulher, a CPMI também deverá sugerir políticas públicas. A senadora Ana Rita disse que a comissão vai propor alternativas para melhorar atendimento e tornar mais efetivas as ações preventivas. Ela acredita que a CPMI pode se tornar um espaço de articulação das entidades que atuam no combate à violência contra a mulher.
Os partidos e blocos devem concluir nos próximos dias a indicação dos integrantes do novo colegiado, para que a CPMI possa então ser instalada.
Em 1993, a Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos reconheceu formalmente a violência contra a mulher como violação aos direitos humanos. Desde então, os governos dos países-membros da ONU têm trabalhado para eliminar esse tipo de violência, já reconhecido também como problema de saúde pública.
Dados do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostram que, de cada cinco faltas ao trabalho no mundo, uma é causada pela violência sofrida pelas mulheres dentro de suas casas.
Adriana Miranda – assessoria de Comunicação e Imprensa do Mandato

Disponível em: http://www.anarita.com.br/index.php/cpmi-para-apurar-violencia-contra-mulheres-e-instituida/     Acesso em 19/12/2011


Postado por Cecília Umbelina Roza

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O PRECONCEITO RACIAL E SUAS REPERCUSSÕES NA INSTITUIÇÃO ESCOLA.


Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.
                                                                                                               Bob Marley

Objetivo:
Com o apoio da sociedade e dos professores, tornaremos a escola em um ambiente de conscientização, onde o espaço escolar contribui, para que os alunos tenham uma visão mais ampla sobre o que é a desigualdade entre as raças, tendo a importância de estabelecer a conscientização de que a desigualdade entre as raças não passa de um mero preconceito criado por uma sociedade preconceituosa.
·         Promover peças teatrais com os alunos referentes ao preconceito e as desigualdades raciais.
·         Estabeleceremos uma pesquisa nas casas de alunos e professores, caracterizando o índice de preconceito.




Justificativa
A reflexão sobre a escola tem sempre como pano de fundo determinadas concepções da sociedade e do indivíduo. Tomar consciência destas diferentes concepções permite-nos oferecer um quadro de análise sobre a organização escolar. A abordagem sociológica da escola apresenta duas grandes concepções acerca da mesma. A primeira concepção centra a sua atenção sobre o sistema (sociedade), considerando que o indivíduo é determinado pelos condicionalismos do sistema. Esta perspectiva teve uma grande influência na análise da escola até finais da década de 80. A segunda concepção considera, ao invés, que existe a necessidade de ter em conta a construção social da realidade, onde o indivíduo tem um papel activo nessa construção. Esta perspectiva tem assumido grande relevo a partir da década de 80. A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos. O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, etc., até desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se estabelecem relações com crianças de diferentes núcleos familiares. Esse contato diversificado poderá fazer da escola o primeiro espaço de vivência das tensões raciais. A relação estabelecida entre crianças brancas e negras numa sala de aula pode acontecer de modo tenso, ou seja, segregando, excluindo, possibilitando que a criança negra adote em alguns momentos uma postura introvertida, por medo de ser rejeitada ou ridicularizada pelo seu grupo social. O discurso do opressor pode ser incorporado por algumas crianças de modo maciço, passando então a se reconhecer dentro dele: "feia, preta, fedorenta, cabelo duro", iniciando o processo de desvalorização de seus atributos individuais, que interferem na construção da sua identidade de criança. O preconceito racial é o que mais se abrange em todo o mundo, pois as pessoas julgam as demais por causa de sua cor, ou melhor, raça. A capacidade de julgar um indivíduo seja pela sua posição social, maneira de pensar, de se vestir, pela raça, classe econômica ou até mesmo pela sua opção sexual, não nos compete, aliás, é direito de toda e qualquer pessoa, nascer e viver livre, sem pressões, isso está na declaração dos direitos humanos. Mas, quem respeita isso? Se, no final das contas nos tratamos todos como animais e não como seres humanos? Nossas crianças desde cedo, aprendem a hierarquia de valores, colégio público é pra criança pobre, que não tem onde cair morta, e colégio particular para aquelas que têm a sorte de fazerem parte do clã dos evoluídos; Nossas crianças desde cedo, tem nelas incutido o senso da crítica, do preconceito e da discriminação, geramos nelas não o futuro e sim a repetição do passado! Enquanto não mudarmos nossa maneira arcaica de pensar, rever nossos valores e passá-los às gerações futuras continuar a viver no inferno da violência, do desrespeito e da intolerância! É preciso que os negros sejam vistos e tratados como pessoas comuns e normais que são, e não como inferiores aos brancos. Esse é apenas o primeiro passo para a sociedade se tornar menos preconceituosa.
Descrição
O plano de ação ela envolve e beneficia a escola pesquisada, os professores, alunos e pais de alunos, onde a turma do 1º ano do E.M terá uma participação especial, para repassar essa experiência para outros alunos, pois o contexto envolverá assuntos que tratará de benefícios sobre a escola e a sociedade.
Serão desenvolvidas algumas atividades no período de um mês, em doze horas, representando assim em palestras e teatros entre as disciplinas de ensino religioso e filosofia.
Atividade 1- Os alunos terão que responder várias questões, para verificar a porcentagem de racismo na escola.
Atividade 2- Os alunos serão levados a biblioteca para pesquisar sobre a descriminação, e dessas pesquisas, anotarem as reportagens e apresentarem aos seus colegas.
Atividade 3- Promover teatros para que os alunos sintam na pele os efeitos do preconceito.
Atividades 4- serão promovidas palestras, para todas as escolas do município, focalizando, o preconceito e a desigualdade em nossa sociedade.
Atividade 5- Será feita pesquisas nas casas dos alunos, para verificar alguns tipos de preconceitos que existe na nossa sociedade.

Avaliação
O projeto será avaliado, dentre essas atividades proposta, observando assim o percurso de cada atividade observando as mudanças que as atividades trarão para a escola e os alunos assim inseridos dentro da escola. E ao final das atividades será realizada uma avaliação juntamente com os pais, alunos e professores através de um debate para verificar o que foi aprendido e o que falta a ser esclarecido, onde os alunos e pais terão a oportunidade de falar o que aprenderam sobre a questão do preconceito e da desigualdade, entre as conversas terão oportunidades de colocarem seus pontos de vista sobre o assunto.



Cronograma

Dias
11/12 á 14/12
15/12 á 17/12
18/12 á 19/12
20/12 á 21/12
22/12 á 24/12
26/12 á 27/12

Planejamento


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Execução

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Atividade1


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Atividade2

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Atividade3



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Atividade4






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Atividade5





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Avaliação





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Recursos usados no projeto
·         Papel, caneta, lápis, borracha
·         Auditório
·         Alunos, professores e pais
·         Palestrante
·         Peças de teatros
·         Revistas, jornais, internet
·         Biblioteca

População beneficiada
O plano de ação beneficiará o ambiente escolar, e aos pais de alunos. Onde terá a participação dos alunos do 1º E.M, que serão beneficiados assim como professores e a sociedade.


Referência Bibliográfica



postado por Poliana Rodrigues dos Santos

domingo, 11 de dezembro de 2011

Plano de ação

Conceito
Herança genética

                                                                           Por: Arieli Rodrigues Alves de Souza

Objetivo
          Com o auxílio das aulas de Biologia, este plano de ação, tem como objetivo desmistificar o conceito de “raça” apresentado pela sociedade aos adolescentes presentes na escola. Fazer da escola um ambiente sem distinção de grupos humanos e estabelecer ali uma consciência de que não existe raça, o que o ser humano tem que o diferencia dos demais é fruto de sua herança genética.

Justificativa
         Ao longo da história, estudos, as novas tecnologias e pesquisas amplamente divulgadas abordam o conceito de “raça” e a discriminação entre grupos que este conceito gera. A origem populacional do Brasil, diferentemente de diversas outras nações, foi fruto de uma mistura de “raças” o que resultou em um povo diversificado em características físicas e culturais como linguagem, costumes sociais e religião, acarretado pelas suas origens genéticas dos brasileiros.
           Neste contexto, informações sobre genética encontradas no site afirmam que, http://www.geneticanaescola.com.br/ano2vol1/01.pdf, pessoas biologicamente diferentes podem também ter culturas e níveis sócio-econômicos distintos, e esta é a origem de todo o racismo. Os grupos humanos considerados “dominantes” tendem a relacionar a sua postura social com a sua formação genética, assim, classificando como inferiores os seres humanos constituídos biologicamente de forma diferente. Porém, isso é um grande erro humano chamado racismo.
          Um outro fator que contribui para intensificar esse racismo é o “Mito das três raças”, segundo informações apresentadas pelo site http://igualitariosmsul03.blogspot.com/2011/11/fantasia-das-tres-racas-brasileiras.html desenvolvido tanto pelo antropólogo Darcy Ribeiro como pelo senso comum, em que a cultura e a sociedade brasileiras foram constituídas a partir das influências culturais das “três raças”: européia, africana e indígena. Porém este minimiza a forma violenta com que os povos que residiam no Brasil foram dominados, escravizados, catequizados, atribuindo um equilíbrio de força entre esses três povos, mas sabe-se que isso não é real.
           Como o tema “raça” além da antropologia física e dos aspectos históricos e sociais envolve a genética da população. É preciso desenvolver uma ação que busque desmistificar esse conceito de diferenciação entre os diversos grupos humanos. A Lei Federal 10.639 tornou obrigatório, em todas as escolas oficiais e particulares dos níveis fundamental e médio do país, o ensino de história e cultura afro-brasileira no âmbito de todo o currículo escolar, ampliou nas escolas as discussões sobre a origem do povo brasileiro.
          Um dos fenômenos mais intrigantes da natureza é o fato de cada ser vivo provir de outro, de que herda a forma, as características e a estrutura. Assim, cada microrganismo, planta ou animal só produz indivíduos de sua espécie e não de outra.
          Genética é a ciência cujo objetivo é a herança biológica, isto é, a transmissão dos caracteres morfológicos, estruturais, fisiológicos, bioquímicos e até de comportamento de uma para a outra geração de seres vivos de uma espécie. Dada à íntima relação que mantém com outras áreas do conhecimento, a genética é uma ciência multidisciplinar. Seu método é basicamente o mesmo das demais ciências experimentais: a observação e a experimentação, com vasta aplicação de técnicas tomadas de empréstimo á química, à matemática, á estatística, à física, á microbiologia e demais ciências.
         Subdivisões da genética: a genética molecular estuda a natureza do material e dos fenômenos genéticos a nível químico, enquanto a citogenética se ocupa dos fundamentos citológicos da hereditariedade, especialmente da observação dos cromossomos ao microscópio. No plano da evolução de cada espécie, as mudanças que ocorrem em grandes massas de indivíduos e determinam a substituição de uns caracteres por outros ao longo do tempo constituem a área de pesquisa da genética de populações. No que se refere ao homem, contituiu-se a genética humana, de grande importância em medicina e na antropologia.
      Resumo histórico: embora desde a antiguidade filósofos, pensadores e poetas tenham refletido sobre a influência da herança nos seres vivos, o tratamento científico e rigoroso da questão só ocorreu há relativamente pouco tempo. Em sua teoria da evolução, Charles Darwin já reconhecia a importância da transmissão dos então chamados “fatores hereditários” na modificação dos organismos, mas foi o monge austríaco Gregor Mendel que estudou com rigor este fenômeno e descobriu as leis que lhe tomaram o nome.
      Leis de Mendel: por volta de 1860, Gregor Mendel experimentou diversos cruzamentos entre pés de ervilhas da variedade Pisum sativum, que apresentavam diferenças de caracteres facilmente observáveis, como a superfície lisa ou rugosa das sementes e sua cor verde ou amarela. Determinou, em seguida, a proporção de descendentes que herdavam um e outro caráter e acompanhou as modificações dessa proporção ao longo de gerações sucessivas. Desse modo descobriu as três leis que tomaram seu nome e serviram de base para o desenvolvimento posterior da genética.
         A primeira lei, conhecida como a da uniformidade, mostra que, quando se cruzam dois indivíduos originários de linhagens puras, os quais apresentam determinado caráter-- por exemplo, cor dos olhos -- diferente um do outro, os descendentes mostram uma homogeneidade na característica estudada e todos herdam o caráter de um dos genitores (fator dominante), enquanto que o do outro aparentemente se perde, ou então apresentam um traço intermediário em relação aos traços de ambos os pais. Neste último caso, diz-se que existe co-dominância.
       A segunda lei, a da segregação, demonstra que fatores hereditários (genes) constituem unidades independentes que passam de uma geração para a outra sem sofrer nenhuma alteração.
     A terceira lei, a da transmissão independente, dispõe que cada caráter é herdado independentemente dos caracteres restantes.   
       A genética ocupa lugar de destaque nas pesquisas biológicas atuais. Considerada fundamental para o desenvolvimento da moderna biotecnologia, tem contribuído significativamente para a elevação do padrão de vida do ser humano impulsionando setores como a agricultura, a medicina, a ecologia, a pecuária, etc.
     Trabalhar conteúdos sobre genética e hereditariedade, dando ênfase a construção da sociedade brasileira e suas origens genéticas no Ensino Médio é uma forma de ajudar a desconstruir o pensamento discriminatório que muitos adolescentes trazem para a escola, por influência do meio onde vivem de uma sociedade que se diz democrática em termos raciais, mas que na realidade continua exercendo o racismo em diversas esferas.

Descrição
          Segundo o Currículo Básico da Escola Estadual do Espírito Santo, http://www.educacao.es.gov.br/download/SEDU_Curriculo_Basico_Escola_Estadual.pdf, os conteúdos do 2º e 3º ano envolvem questões de genética e hereditariedade humana.  Sendo assim objetivando desconstruir esse mito de forma que os alunos entendam que a grande maioria dos brasileiros possui uma herança genética desses três povos, tornarem as aulas de Biologia um momento de conhecimento dessa herança. Para isso, além das atividades do currículo que devem ser desenvolvidas ao longo do ano, que enfatizem essas questões o mês de novembro será reservado para a realização da Semana da Herança Genética. As turmas de 1º ano, também participarão como forma de familiarizá-las com os conteúdos que estudarão nos anos seguintes, porém somente nas atividades: Teatro e Curta metragem.
           As turmas, no mês de outubro, deverão organizar as seguintes atividades para serem apresentadas em novembro:
  •   Árvore Genealógica: escolherão uma pessoa, e pesquisarão sobre a descendência dela. Deverão construir a árvore de forma criativa, com fotos ou caricaturas, com pequenas descrições. Serão confeccionadas e coladas nos corredores da instituição.

  •  Teatro: Serão sorteados 2 temas entre as turmas, Racismo e Formação do povo brasileiro (Mito das três raças). Serão apresentados no auditório com a presença de toda a escola.

  • Curta metragem: os alunos deverão fazer entrevistas na comunidade sobre racismo e produzir um vídeo criativo, com diferentes formas de abordar as pessoas. Os vídeos serão exibidos no auditório com a presença de toda a escola.
 
População beneficiada
           Alunos e profissionais da instituição serão beneficiados com a ação. A comunidade ao longo do tempo também será beneficiada com a transformação no pensamento que essa conscientização acarretará nos adolescentes.

Cronograma
           A Semana da Herança Genética será realizada no mês de novembro e serão a princípio utilizados três dias da semana, segunda-feira, quarta-feira e quinta-feira. Somente as últimas aulas serão reservadas para as atividades e o horário do recreio, nessa semana, poderá ser alterado para que as atividades não sejam interrompidas. Serão reservados dois dias sem atividades para o caso de algum imprevisto e necessidade de mais um dia de atividade. Porém, as datas não utilizadas, permanecerão com as atividades normais da escola.

Referências Bibliográficas

Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça/GPP – GR: módulo III/ Orgs. Maria Luiza Heiborn, Leila Araújo, Andreia Barreto. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para Mulheres, 2010.238p.   









Por: Arieli Rodrigues Alves de Souza

PLANO DE AÇÃO


                    
CICLO ITINERANTE DE DIVULGAÇÃO DE LEIS E POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA AS MULHERES NEGRAS DE MIMOSO DO SUL E RESPECTIVOS DISTRITOS
            Discente: Cecília Umbelina Roza

           OBJETIVO GERAL
Mobilizar a população mimosense da Sede do município e dos seus respectivos distritos para informar sobre as leis e contribuir com a divulgação das políticas públicas existentes no país voltadas para mulheres negras.

·                    JUSTIFICATIVA

As mulheres negras vem há anos buscando alargar o conceito de violência contra a mulher, para além da agressão e do abuso sexual, pela introdução do conceito de violência racial entre as práticas que produzem dano físico, psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação.
É importante ressaltar que independente do tipo de violência praticada contra a mulher todas tem como base comum as desigualdades que predominam em nossa sociedade. São muitas as formas de violência de gênero: as desigualdades salariais; o assédio sexual no trabalho; o uso do corpo da mulher como objeto, nas campanhas publicitárias; o tratamento desumano que muitas recebem nos serviços de saúde. Todas representam uma violação aos direitos humanos e atingem a cidadania das mulheres. A violência de gênero, também conhecida como violência doméstica e sexual, aí incluídos o assédio moral e sexual e o tráfico nacional e internacional de mulheres e meninas, é ainda mal dimensionada, necessitando maiores investimentos em pesquisas e medidas legislativas e jurídicas adequadas.
Conforme notícia do Portal G1, da emissora de TV Globo, o número de jovens negros que morrem devido a causas violentas é maior que o de jovens brancos e que há mais mulheres negras cuidando sozinhas de seus filhos, em relação às mulheres brancas.
  
Figura 1: Reportagem do Portal G1, 2011.

Sabemos também que o fenômeno da violência doméstica e sexual é absolutamente democrático atravessando todas as classes sociais e grupos raciais. São suficientemente conhecidas de todos nós, as condições históricas que construíram a relação de “coisificação” dos negros em geral e das mulheres negras em particular.
No Brasil, nos últimos trinta anos, o movimento feminista vem alertando a sociedade frente à violência que atinge a maioria das mulheres. Estas lutas obtiveram conquistas significativas, expressas na adoção de políticas públicas, nos avanços jurídicos e no crescente debate e conscientização sobre o problema.
A partir da Constituição de 1988, ficou assegurado que o Estado brasileiro avoca para si a criação de mecanismos para coibir a violência doméstica (Art. 226, § 8º da CF).

A violência doméstica é reconhecida pela Constituição Federal do Brasil, em seu parágrafo 8º, art. 226, que diz: “O Estado assegurará a assistência à família, na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações”. [...] O enfrentamento à violência contra a mulher exige a soma de esforços entre os diversos segmentos da sociedade: entre os Poderes Executivos, Legislativo e Judiciário; governos estaduais e municipais; movimentos sociais, em especial, movimentos feministas, de mulheres e movimentos de direitos humanos. (SEPM, 2003, p. 8 – 9)

É importante dialogar com opiniões que aderem à visão de que

a  violência doméstica atinge mulheres de todas as raças, mas há um agravamento da violência doméstica quando a mulher é negra, pelo racismo que gera outras violências adicionais. Estatísticas americanas revelam que a taxa de homicídios para mulheres negras é de 12.3 para cada 100 mil assassinatos, enquanto que a taxa para mulheres brancas é de 2.9 para 100 mil. Mulheres negras, entre 16 e 24 anos, têm três vezes mais probabilidades de serem estupradas que as mulheres brancas. (CARNEIRO, 2003, p. 11 apud RUFFINO, 1999)

Pesquisas recentes vêm desvelando o grau de persistência da violência racial na violência de gênero.
Figura 2: Pesquisa SEPM, 2003.

A necessidade de compromisso efetivo do Estado na implementação de políticas públicas sob a ótica de gênero torna-se cada vez maior, frente aos prejuízos ao desenvolvimento pessoal e social que atingem as mulheres em situação de violência e em iminente risco de vida.

  • DESCRIÇÃO

As políticas de proteção e segurança são essenciais para o enfrentamento à violência, mas é preciso avançar tanto em políticas de prevenção como na ampliação de políticas que articuladamente trabalhem para uma reversão da dependência financeira, elevação da auto-estima das mulheres, fortalecimento da capacidade de representação e participação na sociedade, enfim, criem condições favoráveis à autonomia pessoal e coletiva.
Dessa forma, a proposta é divulgar a Legislação Nacional referente às Mulheres (no que diz respeito à saúde, educação, dentre outros) e à Lei Maria da Penha, acreditando que o acesso à informação dá empoderamento às mulheres fazendo com que criem coragem e força na busca pelos direitos, não aceitando a violação dos mesmos.

Empoderamento na perspectiva feminista é um poder que afirma, reconhece e valoriza as mulheres; é precondição para obter a igualdade entre homens e mulheres; representa um desafio às relações patriarcais, em especial dentro da família, ao poder dominante do homem e a manutenção dos seus privilégios de gênero. Implica a alteração radical dos processos e das estruturas que reproduzem a posição subalterna da mulher como gênero; significa uma mudança na dominação tradicional dos homens sobre as mulheres, garantindo-lhes a autonomia no que se refere ao controle dos seus corpos, da sua sexualidade, do seu direito de ir e vir, bem como um rechaço ao abuso físico e as violações. (LISBOA, 2008, p. 2)

E é nesse sentido que o Ciclo Itinerante de Divulgação de Leis e Políticas Públicas proposto nesse plano de ação vem atuar em Mimoso do Sul e seus distritos, conforme disposto na imagem adiante, incluindo a divisão da população entre rural e urbana.
Figura 3: Distribuição da População Mimosense, 2009. (WIKIPEDIA)

Com esse trabalho há de se favorecer a criação da expectativa de que, a partir do momento que a população feminina, especialmente aquela que sofre por preconceito racial possa desenvolver um senso de criticidade e de reconhecimento de seus direitos a tal ponto de ter condições de mudar tal realidade aqui contextualizada.
 O trabalho será realizado em cada localidade, uma vez por semana, iniciando pela sede do município de Mimoso do Sul, seguindo por Conceição do Muqui, Santo Antônio do Muqui, São José das Torres, São Pedro do Itabapoana, Ponte do Itabapoana e Dona América.
O plano de ação pretende realizar o trabalho no período de 3 meses e 3 semanas, sendo os dois primeiros meses dedicados à formação da equipe de trabalho e preparação das atividades, conforme cronograma, com a colaboração e parceria da Polícia Militar, das Secretarias de Educação e Saúde, Ministério Público, além de associações de moradores e instituições religiosas.

  • CRONOGRAMA

MEDIDA
QUEM
COMO
ONDE
POR QUE
QUANDO
1
Formação da equipe de trabalho
PMMS, Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social e CREAS
Reuniões
Sala
Para exposição do plano de ação proposto e formação da equipe
1° mês
2
Preparação do Material
Equipe de trabalho
Reuniões
Sala
Para conhecer o que a Comissão entende sobre a ação proposta
1° e 2° mês
3
Atividades nos locais
Equipe de trabalho
Palestras com dinâmicas para confecção de cartazes, panfletagem, passeatas
Local escolhido para o trabalho da semana em salas e vias públicas
Para divulgação das leis e políticas públicas aplicáveis às mulheres, focando a população feminina negra.
3º e 4ºmês

Durante todo o ciclo itinerante

  • POPULAÇÃO BENEFICIADA

O público-alvo deste trabalho serão as mulheres de Mimoso do Sul/ES, de um modo geral, mas com um olhar especial para a população feminina que sofre discriminação e/ou preconceito racial.

  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LISBOA, Teresa Kleba. O Empoderamento como estratégia de inclusão das mulheres nas políticas sociais. In: Fazendo Gênero 8 – Corpo, Violência e Poder. Florianópolis, 25 a 28 de agosto de 2008. Disponível em: <http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST11/Teresa_Kleba_Lisboa_11.pdf>. Acesso em 11 dez 2011.

CARNEIRO, Sueli. Mulheres negras, violência e pobreza. In: SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES. Programa de Prevenção, Assistência e Combate à Violência Contra a Mulher – Plano Nacional: diálogos sobre violência doméstica e de gênero: construindo políticas públicas / Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Brasília: A Secretaria, 2003. 68 p.

WIKIPEDIA. Mimoso do Sul. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mimoso_do_Sul>. Acesso em 10 dez 2011.