Encontrar dados sistematizados sobre a violência de gênero e/ou de raça num município de
pequeno porte como Muqui/ES é uma tarefa bastante complicada; é quase como “encontrar agulha em palheiro”. Como são pouquíssimos (ou paraticamente
inexistentes) os projetos e programas – públicos ou privados – que priorizam
estas informações em seus planejamentos, tanto o diagnóstico situacional quanto
o monitoramento destes indicadores ficam prejudicados.
Assim, em nossa “via sacra” à busca por estas informações, uma instituição mostrou-se
bastante aberta e disposta a nos ajudar: o CREAS (Centro de Referência
Especializado da Assistência Social). Diferentemente das Polícias Civil e
Militar – que apesar de receberem/atenderem uma parcela significativa desses
casos, não possuem dados quantificados ou qualificados a esse respeito – esse órgão,
desde 2009, tem atendido a encaminhamentos de possíveis vítimas de violação de
direitos (crianças, mulheres, idosos, pessoas com deficiência, etc) para
acompanhamento psicossocial e posterior retorno ao convívio social.
Não obstante, boa parte dos casos são denúncias –
e não fatos concretos, investigados, concluídos. Isso, por vezes, atrasa e
dificulta o atendimento, uma vez que é a própria equipe quem acaba executando
estas ações. Mesmo assim, observa-se uma progressão geral no número de
atendimentos.
No que diz respeito ao gênero, todos os casos dizem
respeito a violências
sofridas por mulheres. Já em relação à raça, até abril deste ano não haviam casos
registrados.
Assim, segue uma balanço dos casos de violência
atendidos pelo CREAS no triênio 2009-2011:
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Segundo
a Coordenadora do Serviço, a Srª. Cristiane Berilli, o elevado número de casos
atendidos no ano de 2010 ocorreu em virtude da parceria firmada com as
Secretarias de Educação e Saúde após a capacitação de professores e Agentes
Comunitários de Saúde para atuarem como multiplicadores das informações aos
usuários, assim como instrumentos de identificação de novos casos.
Enfim,
apesar das dificuldades, não desistimos de buscar novos dados. No próximo mês
apresentaremos o levantamento realizado junto à Polícia Civil do número de
casos de violência
de gênero e de raça atendidos no
município no primeiro trimestre de 2012.
Até!
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