Conceito
Herança genética
Por: Arieli Rodrigues Alves de Souza
Objetivo
Com o auxílio das aulas de Biologia, este plano de ação, tem como objetivo desmistificar o conceito de “raça” apresentado pela sociedade aos adolescentes presentes na escola. Fazer da escola um ambiente sem distinção de grupos humanos e estabelecer ali uma consciência de que não existe raça, o que o ser humano tem que o diferencia dos demais é fruto de sua herança genética.
Justificativa
Ao longo da história, estudos, as novas tecnologias e pesquisas amplamente divulgadas abordam o conceito de “raça” e a discriminação entre grupos que este conceito gera. A origem populacional do Brasil, diferentemente de diversas outras nações, foi fruto de uma mistura de “raças” o que resultou em um povo diversificado em características físicas e culturais como linguagem, costumes sociais e religião, acarretado pelas suas origens genéticas dos brasileiros.
Neste contexto, informações sobre genética encontradas no site afirmam que, http://www.geneticanaescola.com.br/ano2vol1/01.pdf, pessoas biologicamente diferentes podem também ter culturas e níveis sócio-econômicos distintos, e esta é a origem de todo o racismo. Os grupos humanos considerados “dominantes” tendem a relacionar a sua postura social com a sua formação genética, assim, classificando como inferiores os seres humanos constituídos biologicamente de forma diferente. Porém, isso é um grande erro humano chamado racismo.
Um outro fator que contribui para intensificar esse racismo é o “Mito das três raças”, segundo informações apresentadas pelo site http://igualitariosmsul03.blogspot.com/2011/11/fantasia-das-tres-racas-brasileiras.html desenvolvido tanto pelo antropólogo Darcy Ribeiro como pelo senso comum, em que a cultura e a sociedade brasileiras foram constituídas a partir das influências culturais das “três raças”: européia, africana e indígena. Porém este minimiza a forma violenta com que os povos que residiam no Brasil foram dominados, escravizados, catequizados, atribuindo um equilíbrio de força entre esses três povos, mas sabe-se que isso não é real.
Como o tema “raça” além da antropologia física e dos aspectos históricos e sociais envolve a genética da população. É preciso desenvolver uma ação que busque desmistificar esse conceito de diferenciação entre os diversos grupos humanos. A Lei Federal 10.639 tornou obrigatório, em todas as escolas oficiais e particulares dos níveis fundamental e médio do país, o ensino de história e cultura afro-brasileira no âmbito de todo o currículo escolar, ampliou nas escolas as discussões sobre a origem do povo brasileiro.
Um dos fenômenos mais intrigantes da natureza é o fato de cada ser vivo provir de outro, de que herda a forma, as características e a estrutura. Assim, cada microrganismo, planta ou animal só produz indivíduos de sua espécie e não de outra.
Genética é a ciência cujo objetivo é a herança biológica, isto é, a transmissão dos caracteres morfológicos, estruturais, fisiológicos, bioquímicos e até de comportamento de uma para a outra geração de seres vivos de uma espécie. Dada à íntima relação que mantém com outras áreas do conhecimento, a genética é uma ciência multidisciplinar. Seu método é basicamente o mesmo das demais ciências experimentais: a observação e a experimentação, com vasta aplicação de técnicas tomadas de empréstimo á química, à matemática, á estatística, à física, á microbiologia e demais ciências.
Subdivisões da genética: a genética molecular estuda a natureza do material e dos fenômenos genéticos a nível químico, enquanto a citogenética se ocupa dos fundamentos citológicos da hereditariedade, especialmente da observação dos cromossomos ao microscópio. No plano da evolução de cada espécie, as mudanças que ocorrem em grandes massas de indivíduos e determinam a substituição de uns caracteres por outros ao longo do tempo constituem a área de pesquisa da genética de populações. No que se refere ao homem, contituiu-se a genética humana, de grande importância em medicina e na antropologia.
Resumo histórico: embora desde a antiguidade filósofos, pensadores e poetas tenham refletido sobre a influência da herança nos seres vivos, o tratamento científico e rigoroso da questão só ocorreu há relativamente pouco tempo. Em sua teoria da evolução, Charles Darwin já reconhecia a importância da transmissão dos então chamados “fatores hereditários” na modificação dos organismos, mas foi o monge austríaco Gregor Mendel que estudou com rigor este fenômeno e descobriu as leis que lhe tomaram o nome.
Leis de Mendel: por volta de 1860, Gregor Mendel experimentou diversos cruzamentos entre pés de ervilhas da variedade Pisum sativum, que apresentavam diferenças de caracteres facilmente observáveis, como a superfície lisa ou rugosa das sementes e sua cor verde ou amarela. Determinou, em seguida, a proporção de descendentes que herdavam um e outro caráter e acompanhou as modificações dessa proporção ao longo de gerações sucessivas. Desse modo descobriu as três leis que tomaram seu nome e serviram de base para o desenvolvimento posterior da genética.
A primeira lei, conhecida como a da uniformidade, mostra que, quando se cruzam dois indivíduos originários de linhagens puras, os quais apresentam determinado caráter-- por exemplo, cor dos olhos -- diferente um do outro, os descendentes mostram uma homogeneidade na característica estudada e todos herdam o caráter de um dos genitores (fator dominante), enquanto que o do outro aparentemente se perde, ou então apresentam um traço intermediário em relação aos traços de ambos os pais. Neste último caso, diz-se que existe co-dominância.
A segunda lei, a da segregação, demonstra que fatores hereditários (genes) constituem unidades independentes que passam de uma geração para a outra sem sofrer nenhuma alteração.
A terceira lei, a da transmissão independente, dispõe que cada caráter é herdado independentemente dos caracteres restantes.
A genética ocupa lugar de destaque nas pesquisas biológicas atuais. Considerada fundamental para o desenvolvimento da moderna biotecnologia, tem contribuído significativamente para a elevação do padrão de vida do ser humano impulsionando setores como a agricultura, a medicina, a ecologia, a pecuária, etc.
Trabalhar conteúdos sobre genética e hereditariedade, dando ênfase a construção da sociedade brasileira e suas origens genéticas no Ensino Médio é uma forma de ajudar a desconstruir o pensamento discriminatório que muitos adolescentes trazem para a escola, por influência do meio onde vivem de uma sociedade que se diz democrática em termos raciais, mas que na realidade continua exercendo o racismo em diversas esferas.
Descrição
Segundo o Currículo Básico da Escola Estadual do Espírito Santo, http://www.educacao.es.gov.br/download/SEDU_Curriculo_Basico_Escola_Estadual.pdf, os conteúdos do 2º e 3º ano envolvem questões de genética e hereditariedade humana. Sendo assim objetivando desconstruir esse mito de forma que os alunos entendam que a grande maioria dos brasileiros possui uma herança genética desses três povos, tornarem as aulas de Biologia um momento de conhecimento dessa herança. Para isso, além das atividades do currículo que devem ser desenvolvidas ao longo do ano, que enfatizem essas questões o mês de novembro será reservado para a realização da Semana da Herança Genética. As turmas de 1º ano, também participarão como forma de familiarizá-las com os conteúdos que estudarão nos anos seguintes, porém somente nas atividades: Teatro e Curta metragem.
As turmas, no mês de outubro, deverão organizar as seguintes atividades para serem apresentadas em novembro:
- Árvore Genealógica: escolherão uma pessoa, e pesquisarão sobre a descendência dela. Deverão construir a árvore de forma criativa, com fotos ou caricaturas, com pequenas descrições. Serão confeccionadas e coladas nos corredores da instituição.
- Teatro: Serão sorteados 2 temas entre as turmas, Racismo e Formação do povo brasileiro (Mito das três raças). Serão apresentados no auditório com a presença de toda a escola.
- Curta metragem: os alunos deverão fazer entrevistas na comunidade sobre racismo e produzir um vídeo criativo, com diferentes formas de abordar as pessoas. Os vídeos serão exibidos no auditório com a presença de toda a escola.
População beneficiada
Alunos e profissionais da instituição serão beneficiados com a ação. A comunidade ao longo do tempo também será beneficiada com a transformação no pensamento que essa conscientização acarretará nos adolescentes.
Cronograma
A Semana da Herança Genética será realizada no mês de novembro e serão a princípio utilizados três dias da semana, segunda-feira, quarta-feira e quinta-feira. Somente as últimas aulas serão reservadas para as atividades e o horário do recreio, nessa semana, poderá ser alterado para que as atividades não sejam interrompidas. Serão reservados dois dias sem atividades para o caso de algum imprevisto e necessidade de mais um dia de atividade. Porém, as datas não utilizadas, permanecerão com as atividades normais da escola.
Referências Bibliográficas
Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça/GPP – GR: módulo III/ Orgs. Maria Luiza Heiborn, Leila Araújo, Andreia Barreto. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para Mulheres, 2010.238p.
http://igualitariosmsul03.blogspot.com/2011/11/fantasia-das-tres-racas-brasileiras.html Acesso em: 05 dez. 2011
http://igualitariosmsul03.blogspot.com/2011/11/lei-que-tornou-obrigatorio-em-todas-as.html Acesso em: 05 dez. 2011
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a_%28biologia%29 Acesso em: 05 dez. 2011
http://www.educacao.es.gov.br/download/SEDU_Curriculo_Basico_Escola_Estadual.pdf Acesso em: 05 dez. 2011
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u453011.shtml Acesso em: 05 dez. 2011
http://www.geneticanaescola.com.br/ano2vol1/01.pdf Acesso em: 05 dez. 2011
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm Acesso em: 05 dez. 2011
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132004000100003 Acesso em: 05 dez. 2011
Por: Arieli Rodrigues Alves de Souza
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