O MUNDO É UM MOSAICO DE PONTOS DE VISTA. APRENDEMOS MUITO COM OS PONTOS DE VISTA DOS OUTROS, E PERDER NEM QUE SEJA UM PEDAÇO DESSE MOSAICO É UMA PERDA PARA TODOS NÓS.
(DAVID CRYSTAL)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Racismo dá cadeia, encenam alunos na cidade de Piúma - ES

Publicado em Ação em rede

Uma demonstração de que a prática de racismo deve ser banida

Luciana Maximo, portal Maratimba.com

Os alunos do 9º ano da Escola Municipal Lacerda de Aguiar, na cidade de Piúma, Espírito Santo, apresentaram no Dia da Consciência Negra duas peças teatrais: “Racismo dá cadeia” e “Racismo nunca mais”, além de um jogral com o extenso poema Navio Negreiro do poeta Castro Alves. Ao final da apresentação, o diretor de comunicação da União Cachoeirense de Negros – Uninegro, e diretor da Ouvidoria Racial da Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim José Carlos Gualberto, conversou com os estudantes sobre as conquistas do Movimento Negro no Brasil e as lutas dos mesmos por políticas de inclusão racial no país.
           “Esse momento com os alunos é de muita importância, uma vez que é preciso debater sempre as políticas públicas de inclusão e necessário se faz alertar nossos adolescentes afrodescendentes sobre as barreiras que estão lhes esperando lá na frente. Ainda nesta semana, na Ouvidoria Racial, recebemos uma denúncia de racismo praticada por um gerente de uma empresa do ramo de mármore e granito, que além de dispensar o empregado ainda praticou racismo ao caracterizá-lo de ‘macaco’, entre outros termos. Há dois anos, processamos um médico em Cachoeiro por lançar um livro repleto de piadas voltadas a mulheres e homens negros. O que vi com a apresentação da peças foi uma extensão do cotidiano no Brasil, os textos encenados mostram muito bem a nossa realidade. Negros sofrendo preconceito em coletivos e clubes sociais”, ressaltou José Gualberto.
Vestidos de preto, os alunos do 9º C fizeram uma releitura do poema Navio Negreiro e puderam promover uma reflexão dos maus tratos a que os negros foram submetidos ao serem arrancados do Continente Africano.
             “Esse poema me fez sonhar com novos tempos e voltar ao passado e rever as cenas mais absurdas, que nem os animais irracionais merecem passar. Por isso que envolver a escola no debate da consciência é de essencial importância, pois são eles que estarão amanhã à frente dessa sociedade. É preciso formar pessoas melhores e desprovidas de preconceito”, comentou Gualberto.
            “Em todas as escolas por onde passo nesta data (20/11), faço questão de adaptar o tema às minhas aulas, porque não dá mais para conviver com nenhum tipo de preconceito. É preciso refletir sobre políticas de promoção racial. Os alunos dão asas à imaginação, criam, produzem e decodificam que racismo, por exemplo, é coisa que deve ficar no passado. Já chega os mais de 300 anos de escravidão que os brancos obrigaram os negros a serem maltratados nesse país desigual”, relembrou Maximo.

Disponível em: Infancias...
Acesso em: 03 dez. 2011

Por: Arine Rodrigues Alves

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