O MUNDO É UM MOSAICO DE PONTOS DE VISTA. APRENDEMOS MUITO COM OS PONTOS DE VISTA DOS OUTROS, E PERDER NEM QUE SEJA UM PEDAÇO DESSE MOSAICO É UMA PERDA PARA TODOS NÓS.
(DAVID CRYSTAL)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Plano de ação

Mulher no volante
                                                         *Arieli R. Alves de Souza

Objetivo:
          Promover através de ações socioeducativas a mudança do pensamento preconceituoso da população, principalmente a masculina, sobre a mulher no trânsito.

Justificativa
                A mulher, embora tenha conquistado muitos direitos ao longo do tempo, ainda sofre com discriminações diárias, mesmo em simples atividades como o ato de dirigir. É comum ouvir frases preconceituosas no trânsito como:
 Tinha que ser mulher!”“; “Vá pilotar fogão!”; “Mulher no volante, perigo constante!”; “Acelera tartaruga!”. Frases que demonstram uma nítida discriminação imposta pela sociedade à mulher que se arrisca na direção.
               Ao trabalhar em uma instituição de educação de trânsito é possível relatar que dentre as temáticas estudadas no curso o preconceito referente à questão do gênero é o mais visível no contexto do trânsito.  É constante, durante as aulas, ouvirem comentários que utilizam as frases citadas acima.
            Porém em contrapartida, estatisticamente, segundo dados apresentados na Folha UOL, o ditado popular "mulher no volante, perigo constante" não se confirma no Brasil. É o que mostra a pesquisa do DETRAN (Departamento Nacional de Trânsito), que revela que, dos condutores envolvidos em acidentes de trânsito com vítimas, entre 2004 e 2007, apenas 11% eram mulheres.  De acordo com a publicação, 1,7 milhões de condutores se envolveram em 1,5 milhão de acidentes de trânsito com vítimas registrados nesse período. Enquanto 11% de mulheres estavam envolvidas nos acidentes, 71% dos motoristas eram homens e outros 18% não foram informados.
           Muitas mulheres têm preconceito quanto a outras mulheres no trânsito e estas, algumas vezes se limitam a não aprenderem a dirigir, por preconceito ou por sentirem-se inferiores aos homens.
           É preciso mudar esta concepção e o melhor ambiente é o Centro de Formação de Condutores e se possível em parceria com a escola.
        
Descrição
          O plano de ação envolve e beneficia toda a sociedade, porém seu público imediato são os condutores em processo de formação e os que estão em fase de renovação, mudança de categoria ou reciclagem de habilitação. As atividades serão oferecidas pelos Centros de Formação de Condutores com o objetivo de formar condutores conscientes e livres de preconceitos de gênero no trânsito. Visando alcançar estes objetivos é preciso seguir algumas etapas:
Reorganizar a estrutura do Centro de Formação de Condutores:
  •  Observar o quadro de instrutores. É recomendável ter uma mulher entre estes funcionários.
  •  Transformar o ambiente em um local livre de preconceitos, onde há respeito entre os gêneros. 
  •   Deixar informações expostas, enfatizando os índices de desempenho de mulheres e homens no trânsito, para que as pessoas vejam logo ao entrar.

  Didática:

  •   Ministrar aulas teóricas, seguindo as normas, porém reservar um momento para discutir com os alunos sobre as condutas de homens e mulheres no trânsito e o preconceito referente às condutoras.       

    Transmitir informações:

  •  Levar informação para as escolas de Ensino Fundamental e Médio do Município. Realizar uma palestra voltada para a relação gênero/ trânsito, com a participação dos instrutores retratando situações de discriminação às mulheres constantes no cotidiano do trânsito.

População beneficiada
           O plano de ação é voltado para toda a sociedade e para o ambiente escolar. Seu público alvo imediato são os condutores em processo de formação e os que estão em fase de renovação, mudança de categoria ou reciclagem de habilitação.

Cronograma
           Por ser realizado em três etapas e uma delas depende de uma reestruturação do Centro de Formação de Condutores que visa fazer este implantar uma filosofia de igualdade e respeito entre os gêneros referente aos assuntos que envolvem a Educação no trânsito, este plano de ação não possui tempo exato de execução. É um processo contínuo que varia de acordo com os cursos ministrados e a disponibilidade das escolas em receber os palestrantes.


Referências Bibliográficas

BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro e Legislação Complementar em Vigor. Brasília: DENATRAN, 2008.



BARRETO, Andréia (org.). Gênero e Diversidade na Escola. Formação de Professoras/es em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Brasília: SPM, 2009.













*Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Salgado de Oliveira. Secretária do Centro de Formação de Condutores Auto Escola Mimoso. arielialves@hotmail.com

                                             Por: Arieli R. Alves de Souza

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